A foto da primeira turma do curso de ciência da computação, na Universidade de São Paulo (USP), em 1974, surpreende pela quantidade de mulheres: nada menos que 16 dos 22 alunos. A explicação é que o grupo teria sido recrutado no curso de matemática que, à época, era predominantemente feminino. Decorridos 45 anos, a situação mudou. E para pior. Pesquisa do IBGE indica que as mulheres ocupam somente 20% do cargos de TI. Percentual muito próximo do visto no Vale do Silício (25%), a meca da tecnologia, situada em São Francisco.
Se é difícil encontrar mulheres, em geral, as afro-brasileiras, então, são ainda mais raras neste setor. Porém, no que depender de inúmeras iniciativas, essa história deverá mudar em breve. Pelo menos é o que espera a designer paulistana Karen Santos, uma das criadoras do movimento UX para Minas Pretas, que conta também com a consultora de inovação baiana, Samille Sousa. O projeto busca desmistificar o segmento de UX Design, que pode ser traduzido como design de experiência do usuário, estimulando a presença das mulheres neste segmento.
O primeiro encontro do grupo aconteceu em 2019, em São Paulo. Na época, a expectativa de Karen era reunir umas 30 mulheres. Contudo, acabou recebendo dez vezes mais inscrições. Atendeu metade, que era a capacidade máxima do auditório, e marcou outros eventos para dar conta da demanda. Hoje, o UX das Minas Pretas possui grupos em redes sociais nos quais as integrantes trocam experiências, divulgam cursos e iniciativas para fortalecer a presença feminina na área de Tecnologia da Informação (TI).
Confira um vídeo falando mais sobre o trabalho do UX para Minas Pretas
texto: Rosenildo Ferreira