Bacía-Metal abre a programação do Festival Afrofuturismo Ano VI e reúne convidados para primeira exibição da mostra
É na estrutura de ferro contorcido, o mesmo que habitualmente vemos protegendo portas e janelas, que imagens concretas e abstratas ganham formas e sentido na exposição Bacía-Metal, inaugurada na manhã dessa terça-feira (27), na Vale do Dendê – Unidade Lapa.
Com curadoria dos artistas Jozá, Matheus Freitas e Áquila, a mostra deu início à programação do Festival Afrofuturismo – Ano VI que nesta edição traz o tema Adinkras – o código fonte da Liberdade. As imagens projetadas na parede e gradil de ferro instigam a imaginação de quem visita a exposição, experienciando vivências entre passado e futuro por meio das fotografias tradicionalmente encontradas nos livros de histórias animadas com o uso da inteligência artificial e outras imagens.
Para Paulo Rogério, cofundador da Vale do Dendê e um dos idealizadores do Festival Afrofuturismo, a exposição é uma das grandes novidades deste ano. “Ao ocupar a estação da Lapa, o maior terminal de transbordo e metroviário do Norte-Nordeste estamos possibilitando que jovens e o público periférico de modo geral possam acessar o que tem mais de inovador na área de criatividade e de tecnologia como a inteligência artificial voltada para o audiovisual.”
Aberta ao público até dia 13 de dezembro (de terça a sábado), a exposição Bacía-Metal faz o convite para uma imersão na rica e sábia cultura dos povos Akans (Gana), decodificada pelos símbolos Adinkras. Jozá explica que a mostra visa iluminar o que já tem luz, evidenciando pontos de vistas da história que precisam ser preservados, em um movimento de salvaguarda. “A gente teve o prazer de receber [o conhecimento ancestral] e estamos tentando passar para frente de alguma forma, então a exposição mergulha no universo dos povos Akans, das pessoas, dos seres vivos, das imagens tridimensionais, da tecnologia implícita em cada descoberta do fogo ao código fonte. Essa experiência é um convite para reconhecer a resiliência das culturas e valorizar as formas de existência que moldam nossas raízes e apontam caminhos para o futuro”, comentou. O artista Saja fez questão de visitar a exposição no primeiro dia. Para ele, a criação artística dialoga completamente com a ideia do Afrofuturismo. ”Essa exposição traz o diálogo entre duas eras de uma forma interessante e possível de refletir, de causar ideias”, comentou.
A programação do Festival Afrofuturismo – Ano VI segue nos dias 29 e 30 de novembro no Centro Histórico de Salvador, com convidados nacionais e internacionais que discutirão os mais diversos temas em 15 espaços no Centro Histórico de Salvador. O evento é realizado pelo Hub de Inovação Vale do Dendê, com correalização do SEBRAE e patrocínios da Prefeitura de Salvador via Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A (Embasa), Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) e apoio financeiro da Unilever.
Os ingressos para a exposição são gratuitos e podem ser adquiridos pela Plataforma Sympla.