Quinta edição contou com a presença de representantes de 23 países e gerou emprego e renda para mais de 180 pessoas em Salvador
O Centro Histórico é destino certo para turistas que visitam Salvador e para as pessoas que buscam cultura e lazer nas suas ruas estreitas, largos e praças. Na semana em que celebra-se o Dia da Consciência Negra, mais de três mil pessoas tiveram um motivo especial para frequentar o Pelourinho – a quinta edição do Festival Afrofuturismo.
Com o tema central De Volta para o Futuro, o evento trouxe para a capital baiana representantes de 23 países, palestrantes nacionais e internacionais para compartilhar saberes e pensar novas perspectivas de diálogos na construção dos próximos dias, tendo como base o conhecimento e respeito à tecnologia desenvolvida pelos nossos ancestrais.
De acordo com Paulo Rogério Nunes cofundador da Vale do Dendê e idealizador do Festival Afrofuturismo, trazer um festival internacional para o Centro Histórico coloca Salvador no mapa global despertando atenção das principais organizações que trabalham com inovação, criatividade e empreendedorismo.
Uma novidade desta edição foi a Casa de Gana. A parceria pioneira com a Embaixada de Gana permitiu que os participantes conhecessem parte da cultura, arte e gastronomia daquele país africano. As ruas do Centro Histórico foram tomadas pelas cores e alegria dos ganeses, que com o Shebre Musical and Dance Group trouxeram para o Largo Terreiro de Jesus as danças e ritmos musicais do seu país. Um cortejo com os embaixadores e a embaixadora de Gana foi um dos momentos mais marcantes da participação no Festival. A Casa de Gana – espaço colaborativo está instalado onde funcionava o bar Sankofa, no Pelourinho.
Ainda na programação oficial, as palestras, talks e painéis contaram com a participação da futurista Britânica Adah Parris apresentando o conceito do Cyborg Shamanism, Ronnell Perry e sua experiência com turismo sustentável e imersivo, entre outros palestrantes internacionais que uniram-se a nomes representativos nos segmentos das artes, músicas, tecnologia, inovação, game, como a estilista baiana Isa Isaac Silva, o indígena Ubiraci Pataxó, as empreendedoras Karen Santos (UX para Minas Pretas) e Alana Sales (Dumato) entre outras potências para apresentar o que vem sendo produzido por pessoas pretas em diversos segmentos no Brasil.
Um dos locais mais frequentados nesta edição foi a Arena Gamer instalada na Faculdade de Medicina da Bahia. Por lá, além dos participantes do evento, estudantes de escolas públicas de Salvador e interior do estado, beneficiados com passaportes de acesso, divertiram-se com jogos, óculos de realidade aumentada, além de aproveitarem para fazer uma bela foto com adereços africanos expostos no estante do Estúdio África.
A estudante universitária Ágatha Santos teve a oportunidade de visitar locais que nunca tinha entrado, como o Museu Eugênio Teixeira e o Museu da Energia. “Para mim foi incrível ter ido em um festival com diversidade em um lugar tão cultural e símbolo da nossa história em Salvador”, comentou ao ler o QR code da pesquisa aplicada entre os participantes do Festival. A parceria com a Diversity Atlas coletou informações das histórias dos participantes. Esses dados irão compor o relatório de diversidade do público presente no evento.
Conectar afroempreendedores acelerados pela Vale do Dendê com empresas que visam apoiar seus projetos foi o objetivo do Salão de Negócios e Meetup, realizados no Casarão 17. O encontro contou com a presença de empresas como Unilever, Pepsi e YouTube. ” Esse é o propósito do Salão de Negócios, fazer a ponte entre pessoas que tem suas ideias, seus sonhos, seus negócios com empresas que tem poder de resolver, incentivar, de comprar”, comentou Paulo Rogério Nunes.
Novos parceiros – A dificuldade em atrair patrocinadores para eventos no Nordeste e em Salvador é um dos fatores que precisam ser revisto. As empresas precisam enxergar a capital baiana também como um bom local para o turismo de negócios. Nesta edição empresas como iFood, YouTube, além da Prefeitura Municipal de Salvador (SECULT) patrocinaram oficialmente o festival que teve também apoios institucionais do Governo da Bahia e do Sebrae e de outras empresas nacionais e locais.
A parceria inovadora entre a Vale do Dendê e o iFood repaginou o Largo Tereza Batista, um dos dez espaços ocupados pelas atividades do Festival Afrofuturismo. Quem por lá passou, pode aproveitar a vila gastronômica onde afroempreendedores integrantes do Programa iFood Acredita (desenvolvido em parceria com a Vale do Dendê) expuseram seus produtos enquanto acontecia uma programação especial com dez painéis apresentados por nomes como Bárbara Carine, Genilson Coutinho, Manoel Soares, Igor Miranda entre outros falavam sobre diversidade, representatividade, desenvolvimento econômico e tecnologia.
Luana Ozemela, vice-presidenta de Impacto Social do iFood, revela que o programa iFood Acredita sai fortalecido da experiência de patrocinar e participar do Festival Afrofuturismo – Ano V. “Agradecemos muitíssimo a participação de todos os painelistas e afroempreendedores que compartilharam conosco tanto talento. Saímos dessa vivência mais seguros de que estamos no caminho certo e seguimos animados com o futuro que estamos construindo juntos”, concluiu.
Na Vila iFood (Largo Tereza Batista) aconteceram duas das atividades culturais mais aguardadas da programação do Festival: os shows do Cortejo Afro e do Ilê Aiyê. No Largo Quincas Berro D’Agua, a animação ficou por conta do Muzenza e de artistas da programação parceira do Festival.
Na agenda – O Festival Afrofuturismo já faz parte do calendário de eventos da capital baiana. Neste ano, a quinta edição integrou a programação do Salvador Capital Afro – plataforma de promoção de Turismo da cidade de Salvador. Além dos dois dias do Festival, a Vale do Dendê também marcou presença no Talk do Salvador Capital Afro realizado na última quinta-feira (23), onde Paulo Rogério ao lado de Nilzete dos Santos e Paulo Bispo, conversaram sobre os desafios e oportunidades do turismo afro. Para Nunes, a expectativa de consolidar o Festival Afrofuturismo como um evento calendarizado, descentralizado, realizado no Centro Histórico foi atendida. “Nosso objetivo e expectativa era realizar esse festival da melhor forma e fizemos uma boa entrega a cidade. Certamente os representantes dos países que aqui estiveram levarão a melhor mensagem do festival para seus territórios”, comentou.
Festival Afrofuturismo em números
- 23 países representados
- Mais de três mil participantes
- 06 atrações musicais
- 01 vila gastronômica
- 02 workshops
- 12 paineis
- 12 Talks
- 01 meetup com empesas
- 10 espaços
- Mais de 180 pessoas contratadas diretamente
- Um milhão de reais em mídia espontânea